sábado, 23 de agosto de 2014

Ninguém verme.

Permaneço eu,
Nessa área escura
Dessa alma escura
Vendo luz lá fora...

Ninguém me vê.
Ninguém.
Verme!
Você,
Que habita - Parasitando -
As cucas dos pobres
Homens primatas.

Aqui é claro
Em meu peito
É tudo
Claro
E
Enfim
Tudo
O que precisas, parasita,
Não deverás ter.

O que precisas
É o que clareia e norteia
Meus olhos,
invadindo meu corpo
Por entre
Meus olhos
E acalmando
Todo o resto,
Inclusive você!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Um poema para alguém que queira dizer algo, talvez, importante.

Vela acesa,
medo do vago,
do escuro
claro
do peito amargo,
do sorriso
manchado
pelo
batom alheio.

Ouça,
Não se fazem mais amor
Como ontem.

Flores para
sua decepção!

domingo, 4 de maio de 2014

Mundo multifacetado

E se todos os heróis
fossem farsas?
E se as farsas se
tornassem pastores
de igreja?
E se a igreja
fosse o herói?

Seu mundo aguentaria?

Se o dinheiro fosse
prioridade?
Se a educação fosse
mal-educada?
E se o país estivesse
observando a queda no abismo
olhando para cima?

E se você não tivesse mais amor?
E se a vida fosse ganha na bala?

Seu mundo coexistiria
com um enfadonho e bizarro
complexo de realidade
abstrata.
Seu mundo seria inteiro
preto no branco.

Você acordaria,
sairia do seu
e cairia
em um mundo
que jamais
conheceu!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

90's

Acordo
o dia novo, como pássaro,
novinho.
Passarinho.
Cantando sozinho sem
medo que haja chuva.

A chuva
virá.

E mesmo que haja chuva,
há essência em cada gota
que goteja a testa,
que escorre em
metros e metros
de juízo anos 90
e, por fim, se esvai com
classe e ventura.

E então há música.
Há sorrisos e não mais
lamentações,
piegas ou vãs.

O sol queima.
O cigarro.
Dois ou três trocados.
E o disco daqueles Baianos
até que cairia bem,
sem gelo.

domingo, 10 de março de 2013

Em Busca do Meu Melhor.

Ouço coisas que
de fora soam bem.
Como blues, jazz,
ou a história de outros.

Continuo com esse cigarro
agarrado a boca,
enquanto ouço todas essas coisas.
Uma delas é tua voz.

Os versos se ameaçam
na busca do melhor ...

mas ele não vem.

Por preguiça,
por modéstia,
por ego ou nexo,
por amor.

Mas no final
o que pode ser dito
e o que pode ser
compreendido
é que

O sorriso é meu,
em meu rosto.
Teu olhar é meu,
em minha face.

E meu amor não para,
mesmo que eu
pare!

Brenda, eu te amo.

sexta-feira, 1 de março de 2013

A Grande Viagem.

É como se num estalar
de sensações,
meu corpo caísse
apenas dentro de mim
e a vida se repetisse
em forma de slides
passando em meus olhos.

Como se fossem cômicos,
ao menos tempo que
nostálgicos.

É como se neles
reconhecesse teu rosto,
teu cheiro e todas aquelas
tuas manias tolas.

E ao final,
minha voz fica mais
leve,
calma,
macia,
como se flutuasse
em algum oceano claro.

Retorno quando,
enfim,
toco o céu.

A Grande Viagem II

E então descanso
os olhos na lua,
buscando uma saída
de toda essa selva.

Em um minuto
tudo é novo,
como as paredes desse
quarto,
ou a programação da TV,
ou ainda seu reflexo
no espelho da sala.

Você sente seu sorriso
largo no rosto
e sente seus olhos
enxergarem além.

Suas mãos riscam
o papel,
mas não compreende
de onde surgem
as
palavras.

Você percebe, então,
que não passa de um
receptador de lembranças
e um distribuidor de sensações
tão suas.

Você se vê ao espelho
e se convence
de que venceu,
embora a Grande Viagem pelo céu,
ainda atordoe
seu juízo.