segunda-feira, 11 de julho de 2011

Poema de Improviso

Pode parecer clichê
o fato de que todos os poemas
soem como algo que usurpe
a vida que levo.

Poemas sobre sexo
bebidas e cigarros
e a música e todas as mulheres
que tenho, tive ou apenas quis
e sobre as pessoas
e o modo com elas andam
falam e sussurram e dirigem.

Pode parecer que tudo
não passa de ilusão,
e de certa forma não tiro
a razão disso, mas

Quando voce realmente
sentar-se diante uma janela
com um cigarro lhe queimando
o juizo e uma caneta
rabiscando todo seu corpo
e papeis que antes estavam brancos,
só ai voce vai entender
que tudo que voce vive, ou viveu
não passa de contos, cronicas ou poemas

A diferença é o modo que voce
encara isso. De frente
ou morto!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Qualquer

Qualquer palavra,
e qualquer sorriso,
qualquer som e imagem,
e até
qualquer desaforo,
e promessas de um
amanha melhor.

Nada disso realmente importa.
Nada disso é algo
tão valido quanto
sentir essa pele,
esse seu sarcasmo,
e seu halito de cerveja
e cigarro, e o jeito
que voce mexe
no meu colo
e seus olhos me falando
para ir mais fundo
no amor
e no sexo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dois goles

Madrugada Fria

Madrugada fria,
cercada por expectativa nenhuma,
não fosse teu telefonema
prometendo um outro horas mais tarde,
palavras mais tarde.

Voz pacata, gostosa de ouvir,
de imaginar tua boca proferindo
cada letra.
E nós conversamos sobre os mais
variados assuntos e eu te ouço
e tua voz é como um baseado,
que acalma, me faz rir, me deixa
completamente entregue

e te ouvir sorrir
e até mesmo ouvir teu silencio
são coisas esplendidas.

Ela desliga o telefone
mesmo que não fosse aquilo
que eu quisesse.
Ela desliga o telefone
e tudo ao meu redor
parece silenciar.
________________________

Aquilo Tudo

As paginas do velho romance inacabado
espalhadas por sobre a mesa e
pílulas e
cigarros e
canções e
camisinhas fechadas e
catálogos e
toda aquela parafernália e
ele sabia que aquilo tudo era em vão.

Guardava garrafas vazias de bebidas e
guardava muitas outras cheias e
não sabia
se viveria o bastante
para consumir aquilo tudo
já que o
tempo o
consumia alem do previsto.

Colecionava alguns corações
roubados
de moças incapazes de reconhecer
um verdadeiro cafajeste
quando se deparam
com
um.

Aquilo tudo era sem sentido.
Aquilo tudo buscava alguma razão.
Aquilo tudo era ele.
Aquilo tudo era o que não queria.

Queria alem de contas para pagar e
quebra-cabeças e
pessoas inoportunas e
as oportunas também e
corridas e
sexo e mais sexo e
álcool, cigarros e
alguns de maconha e
tinha toda a certeza de que
Aquilo tudo era ele.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Invisivel

Invisivel-mente.
não minta com tanto pudor.
não iluda sua verdade de maneira
a usurpar o que você tem de melhor.

Bela boca, belos peitos,
bela.
E uma voz
aveludada sai de sua boca
e meu sorriso de seus peitos
e eu saio dela.
bela.

Ouça: não se fazem mais
mulheres como antigamente
e você é bem melhor do que
qualquer uma delas
ontem ou hoje ou
daqui a algumas horas, ou meses
ou até décadas.

Ouça: a próxima música
pode ser sua, ou nossa
e nós podemos cantá-la
para nossos filhos, se tivermos, e
podemos foder ouvindo-a e
podemos o que quisermos,
porque nada alem de você importa.

Nada real-mente importa.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Corpos cheios e trêmulos.

Como flor e espinhos
Como água quente em uma panela de aço
Como as cartas manchadas de batom
Como a garrafa de uísque
ou de vodka
Como uma fuzarca de marginalizados

Noite dentro de toda expectativa
de toda aquela velha ansiedade,
vontade, amizade em troca de
algumas palavras que confortem,
excitem, aticem, que mantenham vivo
tudo aquilo que se imaginara

Aquela mulher no alto de suas pernas,
coxas eu diria. No alto de suas coxas
grossas e atraentes e cheias de veneno,
me chamava pro campo de batalha,
mesmo sem saber.

Como as cartas de baralho
As caras e bocas e sons e suavidade
e mistério e declarações e ainda mais
as noções de puro tesão.

Teto e tela de vidro
dividindo sensações de ambos,
de muitos outros mais noite a fora,
corpos a dentro, copos vazios,
corpos cheios e trêmulos.

Aquela mulher no alto de suas coxas,
de suas emoções, de sua boca e seus peitos,
que eu tanto queria em minha boca, mãos,
peitos, sexo.

Entre antes de bater, fique,
tire toda essa roupa, jogue-se em minha cama,
tome algo, me tome e não diga nada,
até que o que se tenha a dizer sejam
os melhores e mais altos gemidos,
enquanto eu faço todo o trabalho.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Poemas para a mulher loira

1:40 da madrugada
enquanto meus dedos martelam
meu juizo perturbado
pela tua imagem nua naquele quarto
de motel barato.

1:40 da madrugada
e as horas parecem ser todas
iguais, mesmo que o tempo se mostre
nas cinzas do cigarro na minha mão.

Mulher, aquela vez em que
seus peitos eram alvo da minha boca
e de minhas mãos e de meu tesão latente
voce rebolava esse rabo branco e
delicioso bem no meu pau,
voce era minha e eu era totalmente entregue
a teus gracejos e nós riamos de tudo
que parecia ser realmente engraçado.

E teu sorriso que me era misterio
era a coisa mais prazerosa de ver
depois de teu corpo nu e gostoso
envolto no meu corpo não tão gostoso
assim.

Eu agarrava teus cabelos amarelos
e as vezes coloridos e presos
como se agarrasse uma bela caneca
de cerveja alemã,
e eu agarrava enquanto via
voce de quatro e voce dizia
‘me fode amor, me fode seu grande
canalha gostoso’.

Benzinho, voce é a melhor,
na cama, no quarto,
na varanda, ou em qualquer
lugar que seu corpo esteja proximo
ao meu ou mesmo longe,
de maneira que sejamos um,
mesmo que de forma capenga
e as vezes a quilometros de distancia.

Voce é a melhor e não é minha mais
embora todos meus esforços
tenham se voltado para isso.
___________

Como agua ou vodka eu queria
Aquele corpo e aquela voz toda para
Mim como se fosse apenas o que quisesse.
Idealizava sonhos, corpos nus, palavras ao vento,
Lentamente enquanto meu pau a desejava
Alimentando todo meu anseio.

Cobria-me do seu corpo
Antes que me cobrisse de mim mesmo
Mostrando toda minha face egoista
Inclusive aquela que mais me
Lamentava dias e noites e dias
Ainda que dias fossem poucos, assim

Calculava os passos e modos e sexos e
Andava sempre na linha como nunca,
Mesmo que a linha fosse torpe e
Indiscutivelmente errada sobre seus olhos
Loiros e seus cabelos azuis e sua boca
Atordoada pelos meus beijos e vontades.

Cartas que não li, ou não enviei, fizeram com que
Aquela mulher e seus olhos loiros e seus cabelos azuis e sua boca
Me esquecesse por horas, dias, meses até
Inundando de vodka um de meus copos de beber preferidos
Lançando sobre meus olhos aquela vontade insana de
Apontar todos os meus dedos contra ela e puxa-la de volta para mim.

terça-feira, 26 de abril de 2011

E então?

E então?
Vida entrelaçada com o que
De melhor existe nela.
Heróis por irmãos,
Heróis por vida completa.

E as perguntas que ficam são vazias
Acontece que ele quis assim,
Ou não.

As respostas estão na ponta do nariz
E vocês, tolos, ignoram.

Cerveja, sexo, esperança em algo
Que ainda não se sabia a direção,
Mas estava ali.

Erros, por mais pífios que fossem,
Eram acertos diminutos para aquilo que
Conhece-se por vida.

Como eu queria que você estivesse aqui
E dividisse comigo essa cerveja,
Gelada ou quente, isso não importa.
Mas o tempo e a ingratidão dele foram
Contrários ao que se imagina de tempo.

Hey você, que ignora a presença
De algo que sempre sentiu, e
Com freqüência exata, ignore também
Os fatos.
Assim soa mais fácil.

Ele sempre esteve ali, do seu lado
E por conseqüência do tempo, ou
De sua total ignorância humana,
As idéias fundiram-se de maneira controversa.

Esqueça as falhas.
Esqueça o tempo.
Esqueça os heróis.
Ainda há um certo tempo, mesmo que incongruente.
Ainda há saudade e, como que por vontade,
Ainda existem as lembranças e a esperança.

Se foi, mas ainda acendemos um
Para relembrar, enquanto esse
Pink Floyd atordoa o que resta de juízo
Em nós.

Para Lucas, com eterna saudade.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Dois poemas que podem mudar sua vida.

PRESSA

Pressão
Engolidos como dinossauros
Subservientes ao tempo
Ao relógio com apenas dois ponteiros
Que giram com calma,
Lentos.

Aprisionados dia pós dia pelo tempo
Segundo pós segundo pelo tempo
Como partículas que somos
Como o ar que somos
Como o amor que não temos
Como o fervor ensurdecedor que possuímos
Como nada, ou tudo que trazemos e somos

Daí você me pergunta, ou se pergunta
Porque todos correm
E porque necessitam correr.
Todos correm por seus dinheiros,
Suas esposas e filhos
E para suas escolas,
Faculdades, trabalhos,
Correm até no sexo.

Quando a vida lhe ensina
Você já está velho demais, amigo
E so o que quer é descançar,
Ou morrer, como bem entender.
Quer passar os dias em suas camas
Quentes e confortáveis e solitarias
Tanto quanto foi sua vida.

Tudo que você precisa é sair agora
Tomar alguns bons goles de alguma boa bebida
Fazer sexo sujo, com quem quiser ou puder
Xingue e seja xingado, bata e apanhe
Quebre algo na rua.
VIVA.

‘Todo homem morre, mas nem todo homem vive’

Branca como um grão

Branca como um grão de açucar
rebola aquele rabo branco e lindo
e bem vestido em saias curtas e
encanta cada centimentro de homem
que encontra.

Aquela mulher com seus cabelos ruivos
e aquela bolsa D.G pendurada e velha
que comprou na liquidação
depois de um programa, sabe como agradar
um cara de bom gosto,
mesmo que com pouco dinheiro, ou bebida.

Ao norte daquela rabo uma boceta
de mulher verdadeira, com problemas e
preocupações e filhos e ex amantes
que ainda a procuram para um casual
enquanto ela alimenta seus devaneios
e aquele cachorro que cria nos fundos
da casa velha.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Poema para aquela velha desilusão.

Esse avião que sobe
Em direção a algum lugar
É como meu peito cheio de coração
Ele some no nevoeiro
Assim como meu peito
Na fumaça do cigarro.

E você me pergunta
Quando é que eu vou te ver.

Essa mulher que me questiona
E me manda mensagens de carinho
Bem, ela podia se interessar
Por alguém melhor
Do que
Eu.

Mas ela insiste e
Eu não a culpo.

Compreendo toda sua sensibilidade
E a vontade de ter alguém
Que possa dizer boas coisas
Do tipo que se diz quando
É necessário.

E ela me pergunta
Se eu sou capaz de escrever
Um poema de amor.
“Diabos, e porque não?

Arrume algumas cervejas
Um lápis, ou caneta,
Um pedaço de papel
E um beijo daqueles
E então terá o seu poema de amor.

Não dos melhores,
Mas suficientemente bom
Para alguém.”

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Essa mulher.

Essa Mulher.

Essa mulher que me
escreve e eu escrevo pra ela,
me conta o que se passa
em sua vida.

Me conta em riqueza os
detalhes do sexo,
da discussão, da receita,
dos filhos e do que bebe
e escreve.

Essa mulher me manda
todas as vezes, o seu número
de telefone, mas eu nunca
ligo para ela.

Mandei meu número,
na ultima carta, sem esperança.
Então:
"Alô?"
"Ei, é você?"
"Sim, infelizmente."
"Os garotos acabam de
quebrar a janela da frente
e eu trepei com dois
ontem a noite."
"Que bom. Adeus."
"Beijos em você, baby."

A conta do telefone dela
nunca mais vai
ser a mesma
depois dessa
ligação.

Um poema para ser esquecido.

Fiz um poema para ser
esquecido
sobre as flores sobre
a mesa.

Flores que ela
ganhou daquele outro cara.
E isso me incomoda
pouco.
Não por serem dadas por ele ..


Banalidades a parte.
As flores estão lá.
São reais.
E eu me pergunto:
Serei eu real?
Para mim ou
Para ela?
E porque diabos vim parar
aqui esta noite,
nesta cama,
nesta mesma vida?

Antes mesmo de se despedir.

Até pensei que mudar-se ajudaria.
Em vão.
Mudei-me e ela ainda me persegue.

Não tem nada em seu peito.
A caixa toraxica vazia, como vacuo.
Deve ter depositado o que se chama coração
em uma dessas caixas de papel que se embrulha com celofane.

"Porque me persegue?" questionei-a.
"Voce é um cara interessante e eu gosto de caras assim".
"E porque não pede logo que eu a coma?".
"Voce não seria capaz", disse ela,"Sou uma brasa".

Então mandei que fosse embora e terminei.

Existe razao para que se viva com frequencia?
A razao não sei, mas motivos podem ser encontrados
em pequenas coisas. Perseguiçoes, carros quebrados,
fotografias recortadas, aneis de formatura, iscas, molas,
tambores de percussão, no amor.

"Voce é o primeiro que vejo que é alguem hoje".
Que merda, persegue-me.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Naquela Mesa - Nelson Gonçalves

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor

Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim

Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim

Para Lucas, com saudade.

sexta-feira, 25 de março de 2011

A Mar

Um mar vermelho.
Vermelho em seus cabelos,
olhos, em seus devaneios - talvez.
Vermelho como a brasa
desse cigarro.

Vermelho de um medo impuro,
insoluto, improprio.
Vermelho de uma vontade
viva dentro desses
olhos apelativos.

Um mar por onde
afogar-se
não seria mal,
muito pelo contrario.

Afogo-me em ideia,
em maneiras de pensar,
em palavras e em cada letra
dessas palavras.

Ah, esse MAR,
revolto e simples e
de uma beleza unica
e sedutora.
Beleza só dela,
o mar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Até você faria um poema assim.

Copo cheio, corpo cheio
cheios do mesmo cheiro
Cansados dos mesmos
sentimentos.

Casos pela metade,
casacos quentes,
Amor por devaneios,
tolos.

Mas há no mundo quem ame?
Há no mundo quem ame
mais do que amo?

Amo os copos, os corpos,
Amo os cansados
e amo pelas metades.
Os tolos, os casos
os casacos - os quentes.

Amo os devaneios e a realidade
de que o amor
sou eu
e você
e por fim
a vida.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

E nós?

E as meias que pedi
que lavasse?
E o amor que pedi que
me desse?

E o almoço que te fiz
essa noite?
E o jantar que prometi
para amanha?

E aqueles dois ou três
trocados para a cerveja?
E a razão que pedi
que perdessemos?

E você, mulher, que pedi
que fosse minha?
E tudo que espero que
me tenhas?
e o agora?