quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Porque os escritores tambem tem mães?

Aquelas palavras
e aquele sotaque francês torto
agradavam de certa maneira
tambem torta.

As músicas com suas claves
e o teatro com suas atrizes
e o francês
torto.

Tinha médio porte,
cabelos de um negro
chamativo e olhos mortos
e repetia asneiras ao
pé do ouvido.

Louca.
Absurda.
Absorta, na vida e da morte.
Suas canções permaneciam ali
a me infernizar as paixões.

Eu sabia que as ruas eram perigosas,
mas eu era bom.
Sou bom.

Ela não me entendia.

Fingia não ouvir que
eu vivia tambem
e preocupava-se
com os atalhos.

"Bobagem"
eu dizia,
"Os medicos e os padres
tambem morrem
um dia".

Na verdade
eu sabia que não podia contar
com as probabilidades.
Nem elas comigo.
Mas insistia e vencia.

Via os mortos nas calçadas
e eles pediam
pão e paz.

Loucos, se achavam
que teriam pão.
Paz é muito mais facil
quando estamos mortos.

Não quero paz.
Só preciso ainda
do sotaque francês torto.
Dos olhos mortos e
dos carinhos
e afagos, do mundo.

Divirto-me constante - mente
com meus sonhos.
Meus desejos estão tão
vivos
que posso senti-los em mim.
E aquelas palavras
permanecerão até depois
do fim.

Serão como o vinho que
agora beberico.

"Viva sua paz,
quando sentir que
deve viver ...
Não precisa pressa.
basta olhar com bons olhos
o que está por vir".

E eu sim amei.
Não como amante.
Como amado.
Amei como quem sente
os dois lados e nunca
escolhe um.

Amo como filho.
Sou como filho.
Sou filho.

"Mãezinha, isso
sempre foi a realidade".

domingo, 21 de novembro de 2010

Cópia.

sou uma copia barata
do que desejo
ser
e do que escrevo.

alias, não se fazem mais
copias como
se faziam ontem.

os muros, os becos,
as cercas, eletricas ou não,
as grades, os cacetetes
dos policiais da rua,
as algemas, os amores,
os que prendem, principalmente.

e ai você percebe que é melhor
ser uma copia sua, do que ser você
originalmente, porque assim
você pode reciclar-se
e saber que vai ser eterno.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Poema.

que mulher mais linda é essa
que passa na minha rua,
na minha casa,
nos meus sonhos?

ela tem seus medos e
suas alegrias e eu a peço
para que os tenha comigo e
você me diz que é o que quer.

que mulher mais linda é essa?
e eu não me canso de repetir
essa pergunta
diversas
e
diversas vezes, mesmo que
eu saiba a resposta e adore-a.

ela tem um jeito que é seu
e simplesmente a quero assim.
mescla do que tenho e do que quero
e eu a quero mesmo e assim.

e quando ela dorme?
meu deus, quando ela dorme,
parece que aquela musica
martela meu ouvido.
a melhor musica!

Qualquer um pode aprender a comer aspargos devidamente bem.



Eu particularmente vivo em um mundo ao qual não queria e muito menos quero pertencer. Existem pessoas nele. Elas são como eu, mas completamente diferentes. Essas pessoas com seus modos de fazer que não me parecem ilegais. "Então", digo, "porque vivem essa vida tão desgraçada? tão rotineiramente chata?" pergunto. E eles sempre vão me responder, "eu vivo normalmente". O que eles chamam de normal, eu chamo de tedioso. Bifes, batatas, arroz e um pouco de feijão, suco de laranjas frescas e uma deliciosa sobremesa à espera. Nada passado. Nada que ja tenha idade suficiente para que julguem estar velho demais. Suas comidas são feitas ali, na hora. Eles pagam por isso. E o sexo? Bem, do sexo já não posso falar. É grotesco. Não me entra. Desagradavel.

No amor eles não sabem viver. As pessoas com seus modos de fazer, com suas gravatas baratas indo ao trabalho, suas maletas carregando suas almas e seus rostos esperando o proximo tabefe de seus patrões. No amor elas brincam. Não precisam de proteção, não querem proteção, são grandinhos demais para isso. Não gostam quando recebem carinho e atenção, mas protestam quando não recebem. No sexo fingem preocupação com seu companheiro, porem só sentem por si mesmos. As pessoas e seus modos de fazer tão regulados e mesquinhos.

Ela me telefonou às 2:00hs da madrugada com uma voz não das melhores. Havia bebido, chorado, gritado, não sei. Provavelmente estava cantando enquanto bebia alguma coisa. Ela me telefonou e queria algo de mim. Desabafo. Não se sentia a melhor, porque naquele momento a faziam sentir-se assim e isso era realmente deploravel. A usurpação do ser por nada. Brilhante. Ela simplesmente falava e falava e soluçava as vezes. Não sei se da bebida, do choro, da música, dos sonhos. Mas ela ainda estava ali, porque sabia que precisava estar.

- Vou sair. Dançar provavelmente e beber tambem. Dançar e beber.
- Otimo, faça isso.
- Aquele imbecil com seus modos de fazer - me enoja.
- É, imagino que sim.
- Você estava dormindo e eu te acordei, não é?
- Estive, não lembro quando.

E ela continuava falando e falando, agora sem solução e aquilo era magnifico. Creio que a bebida havia acabado. Suas expressões podiam ser imaginadas. Alem de tudo, da voz soluçando, tremula, a voz era sexy, envolvia.

- Preciso encontrar alguem. Uma garota de preferencia.
- Ou duas, talvez.
- Isso, duas. Vou dançar e beber. Aquele filho da puta.

Houve silencio. Não necessariamente silencio. Ouvia-se o som de boas goladas. Provavelmente eu havia errado sobre o fim da bebida. Talvez não. Mas ela não desistiria assim. Uma noite de bebidas e danças e garotas. Diversão. Tão diferente das pessoas e seus modos de fazer nada ilegais. Eu sou um delinquente qualquer, ninguem até. Ela uma garota, linda, e seus peitos como dois caminhos ao paraiso. Suas pernas bebericando tanto tesão e diversão, e sua boca salivando por uma noitada.

- Vou me vestir. Tenho drinks, danças e garotas para conquistar.
- Boa noite, boa sorte.

Voltei e dormi, igual as pessoas do meu mundo com seus modos de fazer. Mas não pertenço a eles, nem a isso, nem a mim.

Sendo dois um.

Pisar no coração aberto.

Sem cartas na manga.

Sou eu, só.
Antiga e recente.
Sou eu a vida
em minhas entranhas
embebidas de cerveja.

Menina dos meus olhos,
sou eu.
Nos delirios e em
minhas cervejas.

Amo minha pequena
menina
e minhas cervejas
e amo voce, quando
não te tenho mais.
___________________________________

Meias palavras e meias-calça.

Calma, meiga,
sensivel, ardilosa,
provocante, pacata,
viva.

Sentidos e simetrias
em mim, em meu corpo
e minha paixão.

Respirar por luxo
e debutar meu sexo
quando bem entender
e quando sempre
sentir.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sinto.

Sinto saudades de momentos que não tive
e sinto dos que pretendo ter.
De olhar teus olhos e saber
que os meus estão lá
em você.

E a cada gole de cerveja
uma lembrança
a mais me invadirá.
E envaidescido,
vislumbrado,
teus olhos quero beijar
mesmo que por fantasia.

Sinto saudades dos tempos
em que tua boca foi minha.
E sentindo falta procuro dizer
o quanto ainda resta para
isso acontecer.

E os teus medos?
quero que eles simplesmente se decidam,
se me encaram de uma vez
ou te deixam pra mim.
Só pra mim.

Sinto falta das tuas mãos me dizendo
o caminho.
Dizendo que não sei andar sozinho
e que preciso mesmo de você.

Sinto falta dos teus cabelos
e da cor que eles tem
e das raizes resmungando
que sem você não posso.

Sinto falta do ciume que não tens de mim
e com ciume, tu me diz que eu sou sim
a resposta para minhas perguntas:

Se queres mesmo ser só minha?
Se alguem no mundo te quer mais
do que eu?

E de sentir, de pouco em pouco
vou me realizando.
Até que sinta seus braços
me abraçando
e o meu corpo, enfim, colado no teu.

Menininha, eu sinto!