segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dois goles

Madrugada Fria

Madrugada fria,
cercada por expectativa nenhuma,
não fosse teu telefonema
prometendo um outro horas mais tarde,
palavras mais tarde.

Voz pacata, gostosa de ouvir,
de imaginar tua boca proferindo
cada letra.
E nós conversamos sobre os mais
variados assuntos e eu te ouço
e tua voz é como um baseado,
que acalma, me faz rir, me deixa
completamente entregue

e te ouvir sorrir
e até mesmo ouvir teu silencio
são coisas esplendidas.

Ela desliga o telefone
mesmo que não fosse aquilo
que eu quisesse.
Ela desliga o telefone
e tudo ao meu redor
parece silenciar.
________________________

Aquilo Tudo

As paginas do velho romance inacabado
espalhadas por sobre a mesa e
pílulas e
cigarros e
canções e
camisinhas fechadas e
catálogos e
toda aquela parafernália e
ele sabia que aquilo tudo era em vão.

Guardava garrafas vazias de bebidas e
guardava muitas outras cheias e
não sabia
se viveria o bastante
para consumir aquilo tudo
já que o
tempo o
consumia alem do previsto.

Colecionava alguns corações
roubados
de moças incapazes de reconhecer
um verdadeiro cafajeste
quando se deparam
com
um.

Aquilo tudo era sem sentido.
Aquilo tudo buscava alguma razão.
Aquilo tudo era ele.
Aquilo tudo era o que não queria.

Queria alem de contas para pagar e
quebra-cabeças e
pessoas inoportunas e
as oportunas também e
corridas e
sexo e mais sexo e
álcool, cigarros e
alguns de maconha e
tinha toda a certeza de que
Aquilo tudo era ele.

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