quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Quando a música termina.

Uma cerveja na mão,
o cigarro na outra,
e a mente distante
como um trem que parte
ao horizonte.

As pessoas são más
do outro lado da rua.
Elas te olham e te rejeitam
como sendo elas padrões
de felicidade.

E quando a música termina,
sua vida pausa na metade do filme
e você precisa de mais um gole,
mais um trago e
mais um novo começo.

domingo, 18 de novembro de 2012

Algo sobre prisões.

Aquela alma que sorria,
que sentia a vida como música,
como arte,
agora sente na pele
as notas ténues
que soam entre realidade
e insanidade.

Estar preso a esta vida,
a essas notas, nesse mundo,
é como desrespeitar uma mãe,
ou seus desejos.

É como estar no fundo do copo,
submerso em meio a toda aquela
bebida quente, que conforta.

O que se espera é um
quebrar de grilhões
e cifrões,
até que se sinta alivio.

Mas o único alivio
vem do isqueiro ascendendo
aos céus,
como um pássaro que voa
apenas em sua gaiola,
ou como as grades
no seu portão, ou
todo esse blábláblá midiático
corrosivo.

Diabos, homem, levante-se
ao menos para trocar de canal
ou desligar-se, enfim,
dessa prisão.

Acido, café e amor quente.

Essa mulher
tão branca, tão sexy,
ela é linda, essa mulher

Desfila ousadia
no alto de seus saltos
e nessa saia
ameaçada pelo vento.

É como acido,
corroendo as ideias,
corroendo sua libido,
seu sexo, seu senso
e meus olhos estão
presos
a ela.

Mulher faceira
e ela me diz
que não é feliz.

Diz ainda que o mundo
é pequeno para tanta perna,
tantos seios
e seus cabelos, ruivos,
beiram a loucura.

Mulher, dei-me algumas horas,
alguns bons tragos, um papel
e um lápis e eu
posso te mostrar o que de melhor
sei.

Sou bom, juro.

Te faço alguns versos,
ovos e bacon.
Te trago café quente,
amor quente,
enquanto o Doors
entorpece nosso juízo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Esqueça as nuvens, o cigarro aceso.

A noite é sorrateira.
Ela te engole,
assim como a lua
engole a noite.

Você acende um cigarro,
acrescenta uma dose ao copo vazio,
olha a noite e vê
as calçadas, as janelas frias,
as poucas luzes acesas,
os gatos vagando em busca de nada
e seu cigarro queima
enquanto seus olhos também
queimam.

As ruas são você no espelho.

Você espera as nuvens,
cheias daquela velha esperança, sumirem.

Você espera que a lua te consuma,
enquanto a bebida te consome,
enquanto as horas te consomem,
e você quer apenas consumir a vida.

Ai percebe que:
Os dias são iguais.
As noites são iguais,
mas o escuro é o mesmo,
até que a luz te traga um
bom trago e um
sorriso novo para poder respirar.

Respire e esqueça.

Esqueça os medos,
os devaneios, as probabilidades,
esqueça a bebida amarga
e o cigarro aceso,
as contas à pagar
e esqueça também aquela dor,
a qual nunca quis lembrar.