sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Esqueça as nuvens, o cigarro aceso.

A noite é sorrateira.
Ela te engole,
assim como a lua
engole a noite.

Você acende um cigarro,
acrescenta uma dose ao copo vazio,
olha a noite e vê
as calçadas, as janelas frias,
as poucas luzes acesas,
os gatos vagando em busca de nada
e seu cigarro queima
enquanto seus olhos também
queimam.

As ruas são você no espelho.

Você espera as nuvens,
cheias daquela velha esperança, sumirem.

Você espera que a lua te consuma,
enquanto a bebida te consome,
enquanto as horas te consomem,
e você quer apenas consumir a vida.

Ai percebe que:
Os dias são iguais.
As noites são iguais,
mas o escuro é o mesmo,
até que a luz te traga um
bom trago e um
sorriso novo para poder respirar.

Respire e esqueça.

Esqueça os medos,
os devaneios, as probabilidades,
esqueça a bebida amarga
e o cigarro aceso,
as contas à pagar
e esqueça também aquela dor,
a qual nunca quis lembrar.


Um comentário: